Friday, April 15, 2011

Reunião dos Brics termina com apelo para reforma política na ONU

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul pedem reformas na ONU, no FMI e no Bird. Na última votação do Conselho de Segurança, os quatro primeiros países se posicionaram igualmente



How Hwee Young, Pool












Os líderes do grupo do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) terminaram nesta quinta-feira (14) sua reunião de cúpula, da qual saiu um documento apelando para a necessidade de se reformar o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (Bird) e, principalmente, a Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo a declaração, endossada pelos cinco membros, a reforma na ONU é necessária para que a entidade seja "mais efetiva, eficiente e representativa" e possa "tratar os desafios globais atuais com maior êxito". 
2011 é um ano importante para os Brics justamente porque, coincidentemente, todos os países fazem parte do Conselho de Segurança (CS) da ONU. A representatividade deles é tanta que a própria presidente Dilma Rousseff chegou a afirmar que "a reforma da ONU e de seu Conselho de Segurança são essenciais" porque "não é possível que comecemos a segunda metade do século 21 vinculados a um acordo institucional criado no pós-guerra". O problema é que, apesar da vantagem numérica, apenas Rússia e China são membros permanentes do CS e têm poder de veto, enquanto Índia, Brasil e África do Sul ocupam cadeiras rotativas. 

"China e Rússia reiteram a importância que dão ao status da Índia, Brasil e África do Sul nos assuntos internacionais e entendem e apoiam suas aspirações de terem maior representatividade na ONU", afirma o documento. Nesse sentido, Dilma destacou a necessidade de "unir esforços, sempre a partir do entendimento" e "sem precipitação", e acrescentou que "a diplomacia e a negociação devem ser privilegiadas" na reforma da ONU. 

Sobre a reforma no FMI, o Brics pede uma reforma no sistema financeiro e monetário internacional, que utiliza, hoje, quatro moedas para realizar transações (dólar, euro, o iene e a libra esterlina), todas de países do primeiro mundo e nenhuma das quais utilizadas nesses países.

O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, reafirmou a importância de “intensificar as consultas para enfrentar os principais desafios políticos e econômicos", e lembrou que o grupo persegue o objetivo de reformar os “instrumentos globais de governo para fazê-los verdadeiramente representativos diante das realidades contemporâneas". 

O presidente chinês, Hu Jintao, foi o único que não chegou a mencionar as questões envolvendo a ONU e o CS durante seu discurso na coletiva após a reunião, mas ele lembrou da importância do aumento da representação dessas cinco economia no mercado mundial, que podem contribuir para a "prosperidade comum do mundo". 

Na coletiva, Dilma afirmou que "o Brics não está organizado contra nenhum grupo de países, na realidade trabalhamos pela cooperação global". Seu colega indiano acrescentou que "como membros do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) o Brics trabalha de perto com o resto do mundo e seguirá fazendo o mesmo para participar da reunião do G20 na França (em novembro)”. 

Já o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que participa pela primeira vez como membro do Brics, seu país tem uma importância especial por estar no continente africano e desempenhar um papel essencial no desenvolvimento daquela região, considerada a mais pobre do mundo. 

O documento final também faz referência à intervenção militar na Líbia, tema que mostrou claramente como os países do Brics se posicionam na contramão dos países ocidentais desenvolvidos. "As partes deveriam resolver suas diferenças através de meios pacíficos e do diálogo, no qual a ONU e organizações regionais deveriam ter um papel apropriado", afirma o documento. 
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Abs.

Alexandre

Monday, April 11, 2011

Mineração vive "boom" de aquisições

No Brasil, as operações de fusão e aquisição do setor mineral movimentaram US$ 17,8 bilhões no ano passado


Fonte: Jornal Hoje em Dia
Bruno Porto - Repórter - 10/04/2011 - 22:34




As fusões e aquisições do setor de mineração no Brasil movimentaram, em 2010, US$ 17,8 bilhões. Somente em aquisições, foram US$ 13,5 bilhões. As operações no Brasil representaram 2% do total de incorporações segmento no mundo. O volume de aquisições no Brasil cresceu quase 300% sobre 2009, quando os negócios movimentaram US$ 3,4 bilhões.

Com esse crescimento, o país saiu do sexto para o terceiro lugar no ranking de volume de transações, atrás do Canadá e da Austrália, e acima da China, quarta colocada. No mundo, as fusões e aquisições movimentaram US$ 113,7 bilhões no ano passado, volume 89% superior ao do ano anterior. Os números fazem parte de estudo realizado pela multinacional de consultoria Ernst & Young


Os negócios com ouro, carvão e aço concentraram 55% das transações. O minério de ferro representou 9%. No Brasil, a mineração de ferro respondeu por 40% do total. Em volume financeiro, a Austrália lidera o ranking, com 24% do montante movimentado em fusões e aquisições.

A tentativa chinesa de diminuir sua dependência de minério de ferro e outros insumos deverá alimentar o mercado de fusões e aquisições, especialmente no Brasil, onde os asiáticos já fecharam negócios. Também vai dar ainda mais fôlego a este movimento o processo de verticalização da produção de aço, que exige investimentos em mineração.

Recentemente, a Usiminas fechou com a japonesa Sumitomo uma sociedade que culminou na criação da Mineração Usiminas. Para ter uma fatia de 30% na empresa, a Sumitomo </CW>desembolsou US$1,929 bilhão.
Para o sócio da Principal Investimentos, Marcelo Cheyne, o movimento de concentração na mineração está no início e será natural perceber aumento no volume de transações nos próximos anos. “O crescimento percentual não será mais tão alto em virtude de uma base de comparação mais forte, porém os valores vão aumentar porque esta é a tendência”, afirmou.

O levantamento da Ernst & Young conclui que este ano haverá uma continuidade do processo de fusões e aquisições no setor de mineração. Exemplo disso aconteceu na semana passada, quando a Vale fez uma proposta para adquirir a sul-africana Metorex Limited, produtora de cobre e cobalto, pelo montante de US$ 1,125 bilhão. A empresa tem suas ações negociadas na bolsa de Johannesburg.

A oferta, que já foi aprovada pelo conselho de administração da Vale, precisará do apoio de pelo menos 75% dos acionistas da Metorex com direito a voto. Conforme fato relevante, a Vale já conta com o compromisso irrevogável de acionistas da Metorex que representam 25,4% do capital da empresa.

Abs.

Alexandre